23. Preconceito
*Preconceito, s. m. Conceito antecipado; opinião formada sem reflexão; discriminação racial.* Não sei sealguém lembra de todos os personagens do seriado "Jornadas nas Estrelas", mas havia entre o grupo o tripulante de nome Sr. Sulu, em sua vida real, soube que passou maior parte vivendo em campo de concentração. Infelizmente, apesar do prestígio que todos sentiam pelo filme, e que isso lhe proporcionou vantagens, ele se situava numa época que ainda era lembrada a última Guerra Mundial. E morando nos USA o destino era natural estar sob às ordens do governo local, juntamente com outros descendentes de japoneses, morar num campo de concentração! Mas o que me motivou a postar sobre era o que ocorria na minha infância, brincava mas sempre havia um engraçadinho que adorava tirar um sarrinho de japonês, com suas musiquinhas. Mas eu ficava tão sem graça, ainda uma menina tímida e não entendia o porquê de fazerem aquilo. Pra se aparecerem? Mas pensando hoje que naquela época, a Segunda Guerra Mundial trazia a marca da vitória contra os japoneses, alemaes e italianos e, apesar da guerra ter acabado há 20 anos, ainda era recente a animosidade com os japoneses, por algumas pessoas, ainda bem que não por todas e vinha refletindo seu preconceito até à década de 70 também! Por assim sentir, achava que era japonesa sem conhecer de fato o Japão. Pensava também como seria o Japão, será que a água de beber também era igual do Brasil? Porque minha mãe tomava uma tal de "Água Inglesa", logo depois que meu irmão nasceu, que vinha na garrafa, cor preta, sei pra quê...achava que na Inglaterra bebia-se aquela coisa amarga, enfim tantas dúvidas, sobre um lugar que nem conhecia e sobre mim. Sou uma japonesa porque todos me chamam assim, sou uma brasileira porque só conheço esse costume, a de ser brasileira? Complicado mas minha cabeça dava voltas e voltas ...sempre pensando sobre esse essunto. Hoje estou no Japão e percebo que quanto mais fico aqui, mais me aproximo do Brasil, mais reconheço o valor de ser uma brasileira. Acho que esse sentimento, de reconhecimento de valores, é mais intenso quando moramos fora do próprio país e assim refletimos e comparamos o aqui e o lá e o "eu pensante"! Acho que os jovens nisseis, que estão no Brasil hoje, não sentem essa antipatia que eu sentia muitas vezes na minha infância brincando no meu dia-a-dia com os coleguinhas... melhor assim. As pessoas evoluem, as mentes evoluem, enfim!
Comentários
Postar um comentário